Como será o consumidor pós covid-19?

Muito temos acompanhado, diariamente, através da internet, redes sociais e mecanismos de comunicação online, avaliando os fatos e comportamentos das pessoas durante essa pandemia do covid-19.

Percebe-se claramente que as pessoas vão passando por fases durante seu confinamento.

Inicialmente é tudo novo, conturbado, nem tudo dá certo no trabalho remoto e no isolamento, mas aos poucos os problemas de como trabalhar vão sendo superados e percebe-se que trabalhar de casa não é tão complicado e a atividade começa entrar na rotina novamente.

Trabalhar em casa exige mais disciplina, pois estamos bombardeados com distrações e sentimentos que nos remetem ao descanso, lazer ou prazer.

Nosso cérebro é um órgão que procura sempre o mais fácil, para poupar energia, por isso temos tanto atrações pelas distrações e comodidades, nosso cérebro nos conduz à isso.

Ficar no sofá assistindo televisão é o sonho do orgão cérebro, só poupando energia, e ainda sabendo que seu corpo está a salvo, em casa, lugar protegido. Para ele, esse é o mundo ideal. Fuja dessa pegadinha.

Após uma euforia inicial, uma certa confusão, decorridos os dias as pessoas já estão se habituando ao trabalho remoto. Claro que nem todo trabalho é possível de ser feito remoto, mas temos visto como ser humano tem capacidade de se adaptar e se reinventar.

Os dias passam e as pessoas vão criando hábitos novos.

Alguns estudos mostram que depois de 18 dias já começamos a criar e fixar um hábito novo. Aí que começamos a pensar, como serão as pessoas após este período? Como será o perfil do consumidor? Ele adquiriu novos hábitos agora.

Impactos

Creio que como um primeiro impacto, o consumidor passará a cogitar mais a compra online, pois foi obrigado a comprar assim durante este período, e viu que funcionou.

Quando me refiro a compra online, não seria apenas entrar em um website e comprar, mas também através do whastapp, através de um email, através de algum aplicativo, através de alguma rede social, ou seja, o fornecedor e o consumidor encontraram meios de se comunicar e transacionar sem a necessidade de estarem presentes um ao outro.

Outro fato que podemos imaginar é que as pessoas passaram a dar muito mais valor a certas coisas, ao seu bem estar, a família, a fé, a crenças, e isso vai refletir também nas vendas.

As pessoas começam a pensar na fragilidade da vida e que podiam não ter oportunidade de fazer certas coisas, então não se sentem mais culpadas em gastar dinheiro com algo que lhe de prazer, que satisfaça seu desejo, pois passam a perceber que de repente tudo pode acabar. “Porque não tomar aquele vinho que era mais caro? E se eu não tivesse mais oportunidade de tomar ele? Vou comemorar…”, esse seria o pensamento.

As pessoas provavelmente também irão pensar na questão de segurança, e isso significa procurar algum mecanismo de não passar por isso novamente, talvez fazendo algum investimento, para garantir que se algo ocorrer no futuro tenha um colchão para aguentar a crise, investir mais em sua saúde, em prevenção, em produtos que lhe proporcionem essa sensação de segurança, e aqui podemos pensar em setores como investimento, educação financeira, planos de saúde, indústria química e farmaceutica.

Como ficaremos?

Com todo o tempo em casa, as pessoas não só ficaram trabalhando remoto, elas também passaram a estudar e repensar seus planos e projetos de vida, então não será de se estranhar após algum tempo, uma onda grande de pequenos novos empreendedores, uma porque podem ter perdido seu emprego, outra porque estudaram e colocaram no papel seus planos e aproveitaram o momento para botar a mão na massa.

Esse consumidor é um consumidor que está na onda do entusiasmo.

Bom, fato que o mundo mudou, e ele estava mudando cada vez mais rápido, isso é fato, ano após ano, a velocidade aumentava, mas agora foi algo abrupto e violento provocando uma situação de mudança emergencial. O medo faz isso.

O medo é algo ruim, mas é um grande impulsionador do progresso e de idéias novas. Muito do que temos hoje foi criado a partir da sensação de medo.

Que esta crise passe logo, que nos adaptemos aos novos tempos, que sejamos mais criativos, mais humanos e menos céticos, e que de alguma forma, se é que isso é possível, que possamos extrair algo de bom após tudo isso acabar e dar mais valor ao que temos e o que somos.

Dias melhores virão

Fabiano Simm

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